sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Desafio n.º 7

1.      Aquecimento:

Pervérbio: Obtém-se com a associação de duas (ou mais) partes de um provérbio ou locução, ditado, etc. Assim, cada cabeça é boa conselheira é o resultado do cruzamento de A noite é boa conselheira com cada cabeça sua sentença.
Pode-se organizar pervérbios em poemas:
Cada cabeça é boa conselheira
A noite
Sua sentença

2.      Ritmos e ruídos:

Transdução: A partir de um determinado texto (não tem de ser necessariamente literário), substitui os nomes desse texto por outros nomes de outro campo de sentido. Assim, Queneau tratou um artigo de matemática, substituindo as palavras pontos, linha, plano do texto-fonte por palavras, frases, parágrafo.

3.      Gourmet:  Um dia em palco

Apreender as personagens que povoam o nosso quotidiano, sem cair forçosamente na caricatura, começando cada retrato com a identificação anónima alguém… O nosso quotidiano é antes de mais toda uma comunidade de personagens. Uma sequência de esboços rápidos, silhuetas desenhadas com uma linha, e captar o máximo de personagens diferentes, numa frase (verso) breve e precisa. Ao repetir a expressão Alguém, induz-se o processo criativo para continuar a frase, como se fosse a caneta que traça o retrato e não a mente. Frases mais sérias devem dar lugar a frases mais leves. Podes aceitar analogias, associações de pensamentos, deixar-te à deriva, até que surja outra personagem. Deves, no entanto, gerir a tua red line, de forma a não saíres do sulco inicial. Não deixa de ser uma escrita contínua, sem triagem e é assim que se gerará o imprevisto, marca mágica. Podemos, na apresentação, alternar a leitura dos textos para proporcionar um momento musical a várias vozes, concerto polifónico.
Ex: Alguém na rua, que espera, quem? O quê? Olha ao longe.
Alguém murmura um tema encantador
Alguém com um chapéu que não faz nada
Alguém com um grande guarda-chuva debaixo do braço
Michaux


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