segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desafio n.º 6

Oficina 6
1.      Aquecimento:
Ø  A dieta para poema: Para proceder ao emagrecimento de um poema, deve tirar, de um dado poema, outro poema mais curto, por exemplo de um soneto, um haiku (cf. Oficina 5), e, para isso, não se devem utilizar no haiku outras palavras que não sejam as do poema-fonte, só que com alteração da ordem e pontuação. Para ser rigoroso, não se devia poder modificar a forma das palavras. Mas pode haver tolerância nesse parâmetro.


2.      Ritmos e ruídos:
Ø  Bacibaba palavra bacibab confere ao desafio o seu nome: ba-ci-ba-b
Os primeiros e terceiros pedaços desta decomposição relembram a palavra baixo; o segundo cima e o último nada.
Um bacibab com a palavra bacibab será um texto recheado de palavras com as sílabas cima e baixo. É destinado a ser lido a duas vozes, ou mais, que se repartem as sílabas.
Ex.: Um sinal ambíguo bafejou a sina do batel


3.      Gourmet:
Rodízio à rotina
Ø  Sobre uma faceta da tua rotina, procura fazer uma lista exaustiva de palavras e sentidos associados. Trata-se de desvendar o real, de o decompor e fazer linguagem do que nós reconhecemos como próprio da sua profusão. A surpresa é que, ao abrir esse alçapão de nomes, por um lado, demarcamos o nosso território pessoal, e, por outro, as palavras reunidas refazem uma história nova, e para além da acumulação, motivam a gestação de um sentido oculto. Tem um efeito desestabilizador e milagroso.
Assim, a simples lista dos ruídos do quotidiano à nossa volta vai multiplica-los até ao mais ínfimo. Os temas mais simples como a meteorologia, as luzes, a música em diferentes espaços, os objetos da minha secretária, etc., podem proporcionar resultados surpreendentes pela acumulação. Podem gerar então rodízios diferentes consoante os temas escolhidos
Ex.: Inspiração de G. Perec

Notas breves sobre os objetos que estão em cima da minha mesa de trabalho
Há muitos objetos em cima da minha mesa de trabalho. O Mais antigo é sem dúvida a minha caneta; o mais recente é um pequeno cinzeiro redondo que comprei na semana passada; é em cerâmica branca e a sua decoração representa o monumento aos mártires de Beirute…  



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desafio n.º 5


1.      Aquecimento:
Ø  Lipoaspiração: escrever um texto com proibição de usar uma letra à escolha. Com o mesmo fim, podem proibir-se uma palavra com uso mais frequente, como ser, estar, etc.

2.      Ritmos e ruídos:
Ø  Sushi: A literatura japonesa desenvolveu uma forma poética reconhecida internacionalmente – o Haiku. Com três versos, o primeiro e terceiro heptassílabos (7) e o segundo pentassílabo (5), procura apreender a ligeireza e simplicidade de um momento puro de comunhão com a natureza.

Na casinha adormecida,
Escuto a chuva
Com o gato no meu colo.

3.      Gourmet:
Ø  Metro: No espaço da página branca, no espaço do vazio espacial, passando pelos espaços revisitados por ti todos os dias a determinadas horas, examina a tua relação ao espaço em todas as dimensões e como essa comunicação pode variar consoante a hora do dia ou noite. Num espaço, apontar o que se vê, o que se passa. Sabemos ver o que se passa? Alguma coisa é surpreendente? Nada nos surpreende. Não sabemos ver… Aplicar-se. Tomar o tempo.
A dimensão espacial da nossa existência, e para auxiliar com a escrita, proponho que inicies todas as frases/versos com a expressão A hora de… ou A hora em que… Não precisas de pensar antecipadamente, é com a dinâmica da escrita que vai nascer a imagem. O fio da meada é conferido pela passagem cronológica do dia. Podes também optar por evocar outros espaços como unidade, por exemplo, espaços exteriores, espaços públicos, espaços privados, virtuais, etc.
Não precisas de estar com grandes descrições, é só o que a frase/verso consegue agarrar e o andamento global decorre da mudança de verso.

http://1.bp.blogspot.com/-M2vRk5-MNNM/TeVKqtmT10I/AAAAAAAADlc/g8gtQeA8JNU/s1600/O_vazio_de_mim.jpg

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Desafio n.º 4

1.      Aquecimento:
Ø  O Código de estrada: A poesia permite-nos (re) visualizar a sociedade de sinais em que vivemos, basta para isso agarrar um desses sinais e legendá-la de forma criativa. Lembrei-me que os que têm mais visibilidade são os de trânsito mas podes recorrer a outros.


Caminhar dispõe bem e faz crescer

2.      Ritmos e ruídos:
Ø  Boneco de neve: o poema Boneco de neve tem uma extensão n, ficando a teu critério, com o primeiro verso constituído por um número mínimo de letras, o segundo com mais uma, o terceiro com outra, etc. Até ao enésimo verso com n letras. Podes deixar derreter o boneco ao sol… com o procedimento inverso.

3.      Gourmet:
Ø  A face escondida da lua: descobre a poesia de um corredor, um pormenor de edifício, a graça de uma planta… Fotografa espaços e legenda-os com uma sentença poética/ por relevar uma face escondida; um pormenor desapercebido; um ângulo inovador; etc. Se incidir sobre espaços do Colégio, poderá ser reaproveitado para A Festa da Poesia em Março.
Ø  Master Chief: Pequenas receitas de utilização da vida corrente: sequências banais da vida corrente, descritas com a precisão de um modo de utilização, vão transformar esses gestos de todos os dias num conto fantástico.
o   Focagem: antes de desenvolver um ou dois desses modos de utilização, faz-se um inventário daquilo que poderá prestar-se a tal:
Modo de utilização do autocarro;
Modo de utilização do refeitório;
Modo de utilização para a festa em casa;
Modo de utilização de uma paragem;
Etc.
o   Efeito-Surpresa: é importante que surja algo inesperado:
Modo de utilização do sorriso;
Modo de utilização da simpatia;
Etc.
o   Compor texto colando rubrica A poesia dos espaços com Pequenas receitas de utilização da vida corrente.
Ex. Instruções para subir escadas – J- Cortazar
o   As escadas sobem-se de frente pois para trás ou de lado não é propriamente cómodo. A atitude mais natural a adotar é de pé, braços caídos, ...



Votos de muita escrita para 2012,
Paulo Pereira.





Nota: Tragam os trabalhos imprimidos.