sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desafio n.º 8

Ø  Aquecimento:
1.      Rali letter: o desafio consiste em contar uma história, utilizando obrigatoriamente e numa ordem determinada as diferentes palavras de uma lista pré-estabelecida. Para isso, procede da seguinte maneira:
1.      Escolhe um número de 1 a 20;
2.      Abre o dicionário ao acaso, e retém o nome que corresponde ao teu número, na página de esquerda ou direita;
3.      Repete a operação ao acaso, até obteres os sete nomes;
4.      Depois só tens de imaginar uma curta história suficientemente fluída para que as palavras impostas não pareçam inoportunas.


Ø  Ritmos e ruídos: Sardinossauro – pense-se em dois animais (ou outros campos possíveis – desporto, transportes, etc.) de tal forma que a última sílaba de um seja a primeira da outra, assim gazela e elefante, ou touro e rouxinol. Reúnem-se então as duas palavras, a gazelefante ou touroxinol. Escreve-se então um curto texto descrevendo o animal imaginário, inspirando-te das particularidades dos dois parentes/campos de sentido.


Ø  Gourmet: GPS
A escrita refaz um percurso diário. Seis vistas fixas, com zooms diferentes, retribuem a ilusão de um trajeto contínuo, um que faças/fizeste regularmente. Nos nossos trajectos mais habituais, reconhecemos o que está no seu lugar, temos as nossas referências. Mas, precisamente, por se tratar de um trajeto habitual, esse fragmento arbitrário permite-nos fazer transpor uma barreira à escrita: vai poder dizer o estado normal das coisas, a sua magia, a sua presença, seus perigos, mas sobretudo o seu rosto, dia a dia, longe dos acontecimentos excepcionais. E é aí talvez o desafio maior da escrita.
Cada um escolhe um trajeto feito 100, 1000 vezes. Pode ser um trajeto muito curto, de casa, depois de fechar a porta (nunca começar o texto dentro de casa), até à paragem, ou de casa até ao colégio/trabalho. Cabe-te também escolher outro trajeto no teu passado – o caminho para o infantário, familiares, etc.
A técnica consiste em decompor. Tomar seis diapositivos, só vais escrever planos fixos. Não há depois,  a seguir, nem provavelmente à esquerda, à direita. Só imagens paradas. Duplo compromisso: quando lermos o texto, a impressão de movimento será tanto maior quanto se passa de um plano para outro; e como não há transição, é o próprio diapositivo que organiza o fragmento em consideração.
Para recapitular em fases:
1.       Escolher o trajeto que serve de motivo
2.       Decompô-lo em seis planos precisos, separados, ao longo do percurso
3.       E, por termos suficientemente decomposto em elementos simples, deixar as palavras passar rente no que se visualiza, sem preocupação com antes e depois.
É um trabalho fantástico, além do efeito de presença que dará ao quotidiano, faz surgir no texto um conjunto de sinais invisíveis, porque o facto de o ter percorrido tantas vezes vai apagar os acontecimentos que se produziram uma única vez, e passar para a frente as variações mais lentas, como as estações.


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